sábado, 28 de maio de 2016

Família Real Portuguesa no Brasil


ATIVIDADE AVALIATIVA (TRABALHO)

1) Elaborar uma linha do tempo com a sequência de acontecimentos, tomando-se como eixo a presença da corte portuguesa no Brasil e suas decorrências.



Sugestões para pesquisa:

http://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/vinda-da-familia-real-ao-brasil

http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/vinda_familia_real.htm


http://www.historiamais.com/familia_real.htm


https://pt.wikipedia.org/wiki/Transfer%C3%AAncia_da_corte_portuguesa_para_o_Brasil


http://opiniaoenoticia.com.br/cultura/a-chegada-da-corte-portuguesa-ao-brasil/


http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=444



quarta-feira, 25 de maio de 2016

Vinda da Família Real para o Brasil - Período Joanino (1808-1821)

Introdução

Em janeiro de 1808, Portugal estava preste a ser invadido pelas tropas francesas comandadas por Napoleão Bonaparte. Sem condições militares para enfrentar os franceses, o príncipe regente de Portugal, D. João, resolveu transferir a corte portuguesa para sua mais importante colônia, o Brasil. Contou, neste empreendimento, com a ajuda dos aliados ingleses.



Chegada da família real ao Brasil 

Nos quatorze navios, além da família real, vieram centenas de funcionários, criados, assessores e pessoas ligadas à corte portuguesa. Trouxeram também muito dinheiro, obras de arte, documentos, livros, bens pessoais e outros objetos de valor. 

Após uma forte tempestade, alguns navios foram parar em Salvador e outros na cidade do Rio de Janeiro. Em março de 1808, a corte portuguesa foi instalada no Rio de Janeiro. Muitos moradores, sob ordem de D. João, foram despejados para que os imóveis fossem usados pelos funcionários do governo. Este fato gerou, num primeiro momento, muita insatisfação e transtorno na população da capital brasileira.

No ano de 1818, a mãe de D. João, D. Maria I, faleceu e D. João tornou-se rei. Passou a ser chamado de D. João VI, rei do Reino Unido a Portugal e Algarves. 

Abertura dos portos às nações amigas

Uma das principais medidas tomadas por D. João foi abrir o comércio brasileiro aos países amigos de Portugal. A principal beneficiada com a medida foi à Inglaterra, que passou a ter vantagens comerciais e dominar o comércio com o Brasil. Os produtos ingleses chegavam ao Brasil com impostos de 15%, enquanto de outros países deveriam pagar 24%. Este privilégio fez com que nosso país fosse inundado por produtos ingleses. Esta medida acabou prejudicando o desenvolvimento da indústria brasileira.

Medidas tomadas por D. João

D. João adotou várias medidas econômicas que favoreceram o desenvolvimento brasileiro. Entre as principais, podemos citar: estímulo ao estabelecimento de indústrias no Brasil, construção de estradas, cancelamento da lei que não permitia a criação de fábricas no Brasil, reformas em portos, criação do Banco do Brasil e instalação da Junta de Comércio.


  Dom João VI

Do ponto de vista cultural, o Brasil também saiu ganhando com algumas medidas tomadas por D. João. O rei trouxe a Missão Francesa para o Brasil, estimulando o desenvolvimento das artes em nosso país. Criou o Museu Nacional, a Biblioteca Real, a Escola Real de Artes e o Observatório Astronômico. Vários cursos foram criados (agricultura, cirurgia, química, desenho técnico, etc) nos estados da Bahia e Rio de Janeiro.

Retorno de D. João para Portugal

Os franceses ficaram em Portugal durante poucos meses, pois o exército inglês conseguiu derrotar as tropas de Napoleão. O povo português passou a exigir o retorno do rei que se encontrava no Brasil. Em 1820, ocorreu a Revolução do Porto, sendo que os revolucionários vitoriosos passaram a exigir o retorno de D. João VI para Portugal e a aprovação de uma Constituição. Pressionado pelos portugueses, D. João VI resolveu voltar para Portugal, em abril de 1821. Deixou em seu lugar, no Brasil, o filho D. Pedro como príncipe regente. 

Pouco tempo depois, D. Pedro tornou-se imperador, após o processo de Independência do Brasil (7 de setembro de 1822).

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Revolução Francesa

ATIVIDADE AVALIATIVA (TRABALHO)


1) Pesquise a situação socioeconômica do povo brasileiro, nas últimas décadas e relacione-a, com o assunto abordado (Revolução Francesa). Com base na pesquisa realizada, redija um texto dissertativo-argumentativo, sobre o ideal de liberdade, a igualdade de todos perante a lei, o princípio da soberania do povo, a ideia da lei como expressão da vontade geral, a ideia de separação dos poderes, o direito de resistência à opressão, a garantia à propriedade, a defesa da dignidade humana e o ideal de felicidade, presentes nos artigos da Declaração.

Sugestões para pesquisa:


http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/transformacoes-socioeconomicas-no-brasil-decada-50.htm

http://www.empreendedoresweb.com.br/atual-situacao-economica-do-brasil/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Problemas_sociais_do_Brasil

http://plataformapoliticasocial.com.br/o-brasil-pertence-ao-povo-brasileiro-a-era-dos-velhos-donos-acabou/

http://www.cartacapital.com.br/politica/politica-brasileira-funciona-ha-muito-tempo-no-improviso-3296.html

http://brasil.elpais.com/brasil/2014/09/22/opinion/1411396771_691913.html

http://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2016/05/brasil-vai-passar-por-uma-evolucao-nao-uma-revolucao-diz-jan-piotrowski-da-economist.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o

A Revolução Francesa



A Revolução Francesa de 1789 faz parte do contexto das Revoluções Burguesas que promoveram a superação do feudalismo no mundo ocidental, tal como a Revolução Inglesa e a Revolução Americana. Para uma compreensão geral a Revolução Francesa, é necessário observar os antecedentes da revolução e os fatores principais que levaram a sua eclosão.

Causas da Revolução Francesa de 1789

Vamos analisar as causas da Revolução Francesa dividindo-as em três aspectos: os aspectos sociais, os aspectos econômicos e os aspectos políticos que caracterizavam a França pré-revolucionária.

Causas sociais da Revolução Francesa

A sociedade francesa no Antigo Regime possuía uma organização estamental sendo dividida em primeiro estado (alto e baixo clero), segundo estado (nobreza de sangue e nobreza de toga) e terceiro estado (alta burguesia, baixa burguesia, trabalhadores urbanos e camponeses). Essa divisão não satisfazia os anseios da burguesia, grupo que possuía um papel econômico cada vez mais importante, mas que ainda se sentia desprestigiado com a estrutura social estamental que privilegiava a nobreza.



Causas econômicas da Revolução Francesa

A França vivia uma profunda crise financeira antes da revolução. Participação em guerras como a Guerra dos Sete Anos e a Independência dos EUA acarretaram em gastos vultosos. Os enormes custos com a manutenção da corte em Versalhes também comprometiam as finanças públicas, assim como a isenção de impostos ao clero e à nobreza. Um tratado de comércio com a Inglaterra previa facilidade para a venda de vinho francês em troca de facilidade de entrada de tecido inglês na França, causando revolta na burguesia francesa que não podia competir com o baixo custo do produto inglês. Fatores climáticos que prejudicaram a produção agrícola assim como as barreiras feudais à produtividade, elevaram o preço do trigo tornando até o pão um elemento de difícil acesso à população pobre o que agravou a miséria e o descontentamento.

Causas políticas da Revolução Francesa

Além do caos administrativo, o governo dos últimos reis da dinastia dos Bourbons, Luis XV e Luis XVI, não aparentavam ter compromisso com a solução dos problemas que assolavam a França. O poder centralizado nas mãos do rei era contestado pelos ideais iluministas que questionavam a ordem do Antigo Regime, sendo que as idéias iluministas já faziam parte do ideário político do terceiro estado, assim como cresciam os adeptos às idéias liberais no campo econômico. A Assembléia dos Estados-Gerais com suas atribuições consultivas não era convocada por um monarca francês desde 1614, o que demonstrava o grau de centralização política na França.

Fases da Revolução Francesa


Tentativas de reformas

A crise econômica insistente e as seguidas revoltas dos camponeses levaram a monarquia a tentar promover reformas que amenizassem a situação, mas o que se viu foram seguidas reformas ministeriais frustradas por conta da relutância da nobreza em ceder partes de seus privilégios. A crises ministeriais se seguiram com a demissão seqüencial de ministros como Turgot, Calonne, Briene e Necker que não resistiram à pressão da nobreza. Calonne havia tentado criar um imposto territorial que atingisse a nobreza, mas foi demitido sem que seu projeto fosse sequer analisado pela Assembléia dos 144 Notáveis designados pelo rei. Necker que havia sido demitido após publicar um relatório com os gastos da corte, retornou ao cargo de ministro das finanças e convenceu o rei a convocar a Assembléia dos Estados-Gerais.

Assembléia dos Estados-Gerais (1788)

Os Estados-Gerais se reuniram em Versalhes em 5 de maio de 1788. Era composto pelos notáveis (primeiro e segundo estados) e o terceiro estado. Embora o terceiro estado possuísse mais deputados, a vantagem era dos notáveis já que o voto era por estado e não por indivíduo. Assim sendo, unidos, o primeiro e o segundo estados sempre sairiam vitoriosos nas votações. O terceiro estado insistia que o voto fosse individual mas o rei sustentou seu apoio aos notáveis, o que levou os terceiro estado a se retirar e se reunir separadamente na quadra do Jogo da Péla, afirmando que não iria se dispersar até que o rei aceitasse uma constituição que pusesse limites ao seu poder e se auto-proclamaram “Assembléia Nacional”.

Assembléia Nacional Constituinte (1789-1791)

Não conseguindo dissolver a reunião do terceiro estado, Luis XVI cede e permite que clero e nobreza se unam a eles formando a Assembléia Nacional Constituinte, que deveria promulgar uma constituição a qual o rei se submeteria. Rumores de uma conspiração por parte da nobreza e da realeza somados ao posicionamento de tropas próximos a Paris e a demissão de Necker, fizeram com que o temor tomasse conta dos revoltosos e deu-se o estopim da insurreição.

Em 14 de julho os insurrectos tomaram a Bastilha, símbolo do Antigo Regime onde eram mantidos os presos políticos. Revoltas camponesas se alastravam por toda parte o temor de algo pior fez com que os três estados forçosamente abolissem os direitos feudais. Logo em seguida é feita a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, com base nos ideais de liberdade, igualdade, direito à propriedade privada e de resistência à opressão. Os bens do clero são confiscados e passam a servir de lastro para a emissão dos assignats que eram uma espécie de papel moeda. A desigualdade de impostos entre os estados também é abolida.


Assembléia Legislativa e Monarquia Constitucional (1791-1792)

Em setembro de 1791 a Constituição fica pronta e a Monarquia Constitucional de base censitária fica estabelecida. Apenas cidadãos que possuíssem uma determinada renda poderiam ter direitos políticos. A Assembléia composta por deputados possuiria o poder legislativo e ao rei caberia o poder executivo sendo que a monarquia permaneceria hereditária. Embora o rei Luis XVI tenha se negado em princípio a acatar a Constituição e tentado fugir da França, foi preso em Varennes e reconduzido a Paris onde foi forçado a assinar o documento em julho de 1791.

A burguesia conseguiu se separar do terceiro estado e a nova legislação que limitava a atividade política dos trabalhadores e eliminava privilégios da nobreza estendendo restrições econômicas à maioria, transformava assim a França num estado burguês, onde grupos políticos como o dos girondinos (alta burguesia) e jacobinos (baixa burguesia) disputavam o poder.

A nobreza francesa passou a buscar apoio no exterior para restaurar o Estado absolutista ao mesmo tempo em que as dificuldades econômicas permaneciam no governo revolucionário. No momento em que o exército absolutista formado em parte por nobres emigrados passou a marchar sobre o território francês, os jacobinos forneceram armas à população constituindo um exército popular conhecido como “a comuna insurrecional de Paris”, enfrentando o exército dos emigrados e prussianos na Batalha de Valmy, onde o exército popular obteve vitória sob o comando de Robespierre, Marat e Danton, sendo o rei acusado de traição por colaborar com os inimigos e finalmente proclamada a República.



Convenção Nacional (1792-1795)

Com o fim da Monarquia e o advento da República, tem o início o período da Convenção Nacional que se divide em dois momentos: a República Girondina (setembro de 1792 a junho de 1793) e a República Jacobina (junho de 1793 a julho de 1794). O período girondino que é caracterizado pelo comando da alta burguesia, é marcado por medidas moderadas destinadas a preservar a propriedade privada e a alijar as massas populares do poder. Com o processo de Luis XVI após serem descobertos acordos secretos do rei com soberanos estrangeiros, a disputa entre girondinos e jacobinos se tornou mais acirrada e foi determinada a condenação do rei à morte, para escândalo das monarquias estrangeiras.

Num momento onde conturbações internas e externas se avolumavam, os jacobinos tomam o poder com apoio dos sans-cullotes (indivíduos das camadas mais baixas) e conseguem grande apoio ao propor medidas populares como a atribuição do direito universal do voto. No período jacobino a escravidão é abolida nas colônias, os camponeses deixam de ter a obrigação de indenizarem os antigos senhores, é criada a “Lei do Máximo” fixando um teto para preços e salários e é organizado um exército revolucionário e popular para enfrentar as ameaças externas. O poder executivo passa a ser exercido pelo Comitê de Salvação Pública e ao Comitê de Segurança Geral passa a caber a função de descobrir suspeitos de traição. Em junho de 1794 se inicia o período do Grande Terror após Robespierre guilhotinar seus principais opositores e implementar um política de punição aos suspeitos de conspiração. A economia nesse momento é dirigida com vistas à defesa da nação e em benefício da média burguesia, ficando as massas populares insatisfeitas com o teto máximo salarial e a proibição das greves.

Com a população cansada da repressão e a alta burguesia irritada com o dirigismo econômico, a convenção vota a detenção de Robespierre em 27 de julho de 1794 (9º Termidor). Após Robespierre e seus apoiadores serem guilhotinados sem julgamento, tem fim a Convenção Montanhesa e se inicia a Convenção Termidoriana com os girondinos de volta ao poder. As políticas sociais e econômicas implementadas pelos jacobinos sofreram um revés e os apoiadores de Robespierre foram perseguidos no que ficou conhecido como "Terror Branco”. A experiência de radicalismo democrático da República Jacobina fica para trás e em seguida se inicia a fase do Diretório com o rápido declínio dos ideais republicanos.

Diretório (1795-1799)

Preocupada com uma reação monarquista e com os levantes populares, a burguesia termidoriana cria em 1795 uma nova Constituição (do Ano III) e determina a existência da Câmara dos Quinhentos e Câmara dos Anciãos para representarem o poder legislativo. O poder executivo ficaria ao cargo do Diretório, formado por cinco membros com a finalidade de estabilizar a Revolução. Externamente, o exército francês passou a obter seguidas vitórias sob o comando do general Napoleão Bonaparte que através de um golpe de Estado iria assumir o poder em 1799 com apoio de boa parte da burguesia no 18 de Brumário que marcou o fim da Revolução Francesa.


Consequências da Revolução Francesa

Em síntese, a Revolução Francesa significou o primeiro grande sucesso da burguesia no sentido de conquistar o poder político e dirigir o Estado de maneira a satisfazer seus interesses, deixando para trás os entraves do absolutismo e do mercantilismo e implementando suas propostas liberais após canalizar as insatisfações das camadas populares, tirando proveito para si mesma. A Revolução Francesa teve um alcance muito além da história francesa, pois impulsionou a ascensão da burguesia em toda Europa acelerando o colapso do Antigo Regime.

Filosofia: Sentimento e Razão




Os sentimentos expressam estados interiores que podem desencadear determinadas ações e interferir com outras. O homem é um ser de sentimentos pois não é indiferente ao mundo que o rodeia. Experimenta no seu mundo interior, que poderíamos denominar de invisível, uma vez que está vedado aos olhos dos outros seres, um sem número de estados que muitas vezes nem o próprio consegue controlar. Na sua especificidade o ser humano torna-se como que uma presa vulnerável perante o contexto em que se insere. Por mais que se esforce o homem nunca conseguirá libertar-se da influência que estes estados interiores lhe provocam. É algo inerente à própria condição humana. Será isto uma limitação quando se parte para o conhecimento?
Segundo muitos pensadores os sentimentos são um alvo a eliminar pois podem deturpar seriamente uma análise. Bastaria aqui recordar Martin Heidegger que na sua busca filosófica afirma que “mesmo os mais belos sentimentos não pertencem à filosofia.” Para se atingir um conhecimento verdadeiro teríamos então que pôr de lado todo e qualquer estado emocional que pudesse afetar a nossa perspectiva. No entanto, este filósofo, diz-nos que é necessário que nos deixemos tocar pelo objecto que queremos conhecer. Para chegar ao real precisamos de ter relação com ele. Ao defender esta tese, Heidegger, parece entrar em contradição. Mas não será todo o conhecimento objetivo fruto de uma análise que parte da nossa subjetividade? Não será esta proposta demasiado exigente para o ser humano?
Geralmente os filósofos da corrente racionalista afirmando o primado da razão entendem que os sentimentos pertencem ao campo do irracional e, como diria Voltaire, “A razão consiste em ver sempre as coisas como elas são.” Ou seja, aqueles que fazem a sua análise do mundo carregados com toda a sua carga afetiva e emocional não estarão a ver as coisas como elas são.
Acredito que alguns estados emocionais podem, efetivamente, deturpar a percepção de uma realidade. Percebo alguns dos fundamentos presentes nos pensadores racionalistas. Todavia acredito que só em estados de extrema dominação dos sentimentos sobre o indivíduo podem conduzir a uma efetiva alteração do real. O homem em si não pode libertar-se de todo e qualquer estado emocional. A razão, definida como uma estância superior aos sentimentos, deixa de ser componente ou exercício humano. O caminho aqui é aceitar e integrar os sentimentos dentro da própria razão, pois também ela, parece-me, vive de estados emocionais. O desejo de conhecimento, que é causa precedente da razão, pode ser definido como um sentimento. Um homem liberto de sentimentos nem sequer poderia exercer a razão, muito menos chegar ao conhecimento da realidade. No seu estado de indiferença a razão acaba por estar a usar de um sentimento de apatia em relação ao objeto do seu conhecimento.
Em Hegel vemos uma tentativa de integrar os sentimentos e os estados afetivos na construção racional. Segundo este autor o homem, deixando-se conduzir pelas suas paixões e apetites, acaba por cumprir, sem o saber, os desígnios da razão. Toda a história humana é conduzida por paixões, necessidades, desejos, estados afetivos vários que se transformam no autêntico motor de toda a ação do homem. Um indivíduo concebido sem sentimentos não teria qualquer motivação para pensar sequer em filosofar. A razão, acredito eu, não é incompatível com os sentimentos. O conhecimento da realidade transcendente só pode vir da nossa visão transcendental. Talvez esta minha perspectiva possa ser demasiadamente husserliana, todavia não encontro outra justificação para o conhecimento. Faz-me lembrar o exemplo do quadro no qual eu sou um pequeno ponto. Estando inserido em determinado contexto e influenciado por múltiplas situações limito-me à visão que posso ter. Nunca poderei sair do quadro para ter a visão da totalidade e poder explicá-la. Tenho que limitar-me ao que posso alcançar. 

É natural que uma pessoa que vê um pinheiro pela primeira vez conseguirá reparar num sem número de pormenores que, à partida, um indivíduo que nasceu e viveu toda a sua vida junto a um pinhal não conseguirá captar. Contudo, esta diferença de visões poderá implicar que um atinja mais a realidade que outro? Não captarão ambos a realidade apesar de terem perspectivas diferentes? Portanto o estado racional proposto pelos filósofos racionalistas parece-me uma utopia. É tudo uma questão de conceitos e da sua definição. Cada filósofo define “sentimento” segundo o seu ponto de vista, cada um tem a sua definição de “real”. Isto complica qualquer análise crítica.
Vale a pena questionar este preconceito da razão para com os sentimentos, ou então, delimitá-lo a certos estados afetivos que, de fato, se não bem avaliados podem perturbar a visão da realidade.
Que seria o homem se usasse apenas esta “razão”? Que vida seria a nossa? Poderia o ser humano suportar a dureza desta “razão” esvaziada de sentimentos? Para ter uma visão segura da realidade vale a pena integrar estes dois pólos, que não são opostos, mas que se complementam. Não me parece, assim, haver um primado da razão sobre os sentimentos. Vale a pena pensar nisto.