quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Quais são as vantagens e desvantagens de Belo Monte?


A usina deve fornecer eletricidade para 60 milhões de pessoas quando entrar em operação. Por outro lado, está encravada na Floresta Amazônica e não tem como não causar problemas ambientais. Confira os principais pontos contra e a favor da terceira maior usina do planeta.



A maior vantagem é óbvia: mais eletricidade. O consumo de energia sobe junto com o do PIB. Em 2010 foram 7,5% de crescimento no Produto Interno Bruto e 7,8% no do consumo de eletricidade. Sem energia, o país não cresce. E se o país não cresce você tende a perder o emprego - pior do que dormir no escuro... Belo Monte, por esse ponto de vista, é uma necessidade. Mas para alguns é uma atrocidade, já que seu reservatório vai alagar uma área na Amazônia equivalente a 1/3 da cidade de São Paulo, entre outros desequilíbrios ambientais. Por essas, Sting e o cacique Raoni já atacavam Belo Monte em 1989. Na época, a proposta de aproveitar as águas do rio Xingu para gerar energia já era antiga: começou em 1975, no governo Geisel. Em 2011, as obras começaram. E os protestos aumentaram. O Movimento Gota D`Água, em que atores defendem o fim das obras no YouTube, é só o mais recente. O apelo é substituir a usina por fontes de energia eólica e solar. Para quem defende Belo Monte, isso não faz sentido: seria mais caro e menos confiável. A maior certeza é que, até janeiro de 2015, a data marcada para a entrega da usina, muita água vai rolar nesse debate.

ARGUMENTOS CONTRA

Debaixo d`água


O lago que alimentará as turbinas de Belo Monte vai ocupar uma área equivalente a 90 mil campos de futebol da bacia do Xingu, que abriga 440 espécies de aves e 259 de mamíferos.

640 km2 é a extensão da área alagada, que equivale a 1/3 da cidade de São Paulo


Caos social

A obra vai obrigar a realocação de 5 988 famílias. Além disso, milhares de migrantes serão atraídos para a região. E as obras de saneamento prometidas para recebê-las estão atrasadas.

20 mil pessoas terão de sair de suas casas.

A cidade de Altamira espera 100 mil novos moradores. A população da cidade vai dobrar, e não há infraestrutura para isso.

Desmatamento

O lago da usina receberá água drenada de outras regiões do rio Xingu para que haja volume suficiente no reservatório. Essa água chegará por meio de um canal com 130 m de espessura e 20 km de extensão.

Para a construção do canal, serão removidos 100 milhões de m3 de floresta, que encheriam 40 mil piscinas olímpicas

Índios ameaçados


Com o canal drenando água, a área do Xingu próxima ao lago terá sua vazão reduzida. São 100 km de rio que, segundo especialistas, podem até secar. Isso pode destruir o modo de vida dos índios que habitam a região e vivem da pesca.

100 km do rio Xingu terão a vazão reduzida

952 índios serão afetados

ARGUMENTOS A FAVOR

Energia barata


Mil chuveiros ligados por uma hora dão um megawatt-hora (MWh). Em Belo Monte, 1 MWh custará R$ 22. Essa energia tirada de uma usina eólica custaria R$ 99. De uma solar, quase R$ 200.

Para igualar a produção de Belo Monte, seriam necessários

19 termelétricas

17 usinas nucleares iguais a Angra II

3 700 torres de energia eólica

49,9 milhões de placas de energia solar

Motor para o PIB

O Brasil precisa de mais energia. A demanda no país, segundo a Agência Internacional de Energia, deve crescer 2,2% ao ano entre 2009 e 2035. Mais do que a média mundial, de 1,3%, e até do que a China, de 2%.

Crescimento de consumo de energia elétrica em 2010 - 7,8%

Neste ritmo, o Brasil precisaria dobrar sua capacidade de geração de energia a cada 12 anos

Desenvolvimento

As cidades próximas às usinas enriquecem - foi o que aconteceu com a região de Tucuruí, também no Pará, onde desde 1984 está a primeira grande hidrelétrica da Amazônia, inaugurada em 1984.

Serão criados 40 MIL empregos diretos e indiretos.

Os investimentos do governo em saúde, educação e infraestrutura chegarão a R$ 4 bilhões isso dá 7 vezes o PIB de Altamira.

42% está ótimo

A área alagada de 640 km2 é pequena. Tucuruí ocupa 2 850 km2 . Itaipu, 1 350. Também criticam o fato de que a usina vai operar a 42% de sua capacidade, em média. Mas é o normal, por causa das estiagens.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

PAZ...


Peço a Paz
Peço a paz 
e o silêncio 

A paz dos frutos 
e a música 
de suas sementes 
abertas ao vento 

Peço a paz 
e meus pulsos traçam na chuva 
um rosto e um pão 

Peço a paz 
silenciosamente 
a paz a madrugada em cada ovo aberto 
aos passos leves da morte 

A paz peço 
a paz apenas 
o repouso da luta no barro das mãos 
uma língua sensível ao sabor do vinho 
a paz clara 
a paz quotidiana 
dos actos que nos cobrem 
de lama e sol 

Peço a paz e o 
silêncio 

Casimiro de Brito, in "Jardins de Guerra"

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Dia Nacional Da Consciência Negra.




No dia 20 de novembro comemora-se o Dia Nacional da Consciência Negra, em homenagem à morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.
O quilombo era uma localidade situada na Serra da Barriga, onde escravos se refugiavam. Com o passar dos anos, chegou a atingir uma população de vinte mil habitantes, em razão do aumento das fugas dos escravos.
Os escravos serviam para fazer os trabalhos pesados que o homem branco não realizava, eles não tinham condições dignas de vida, eram maltratados, apanhavam, ficavam amarrados dia e noite em troncos, eram castigados, ficavam sem água e sem comida, suas casas eram as senzalas, onde dormiam no chão de terra batida.
Muitas pessoas eram contra essa forma de tratar os negros e várias tentativas aconteceram ao longo da história para defender seus direitos. Em 1871 a Lei do Ventre Livre libertou os filhos de escravos que ainda iriam nascer; em 1885 a Lei dos Sexagenários deu direito à liberdade aos escravos com mais de sessenta anos.

Mas Princesa Isabel foi a responsável pela libertação dos escravos, quando assinou a Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, dando-os direito de ir embora das fazendas em que trabalhavam ou de continuar morando com seus patrões, como empregados e não mais como escravos.
O dia da consciência negra é uma forma de lembrar o sofrimento dos negros ao longo da história, desde a época da colonização do Brasil, tentando garantir seus direitos sociais.
Hoje temos várias leis que defendem esses direitos, como a de cotas nas universidades, pois acredita-se que, em razão dos negros terem sido marginalizados após o período de escravidão, não conseguiram conquistar os mesmos espaços de trabalho que o homem branco.
Na época da escravidão os negros não tinham direito ao estudo ou a aprender outros tipos de trabalho que não fossem os braçais, ficando presos a esse tipo de tarefa.
Muitos deles, estando libertos, continuaram na mesma vida por não terem condições de se sustentar.
O dia da consciência negra é marcado pela luta contra o preconceito racial, contra a inferioridade da classe perante a sociedade. Além desses assuntos, enfatizam sobre o respeito enquanto pessoas humanas, além de discutir e trabalhar para conscientizar as pessoas da importância da raça negra e de sua cultura na formação do povo brasileiro e da cultura do nosso país.

"PODEMOS SER NEGROS, BRANCOS OU AMARELOS, DE RELIGIÕES E CRENÇAS DIFERENTES. TODOS MERECEM RESPEITO E OPORTUNIDADES, TODO MUNDO TEM SUA BELEZA E IMPORTÂNCIA NESSE MUNDO, POIS SOMOS TODOS IGUAIS..."


quarta-feira, 14 de novembro de 2012



REFORMA SOCIAL

A doutrina maquiavélica aconselha aos príncipes, que queiram perpetuar seu nome, que façam em seu principado as reformas e inovações as mais radicais possíveis. Mesmo que isto signifique transferir populações inteiras de uma região, ou de uma cidade para outra. Isto fará com que as futuras gerações sempre se lembrem que tudo começou com tal príncipe.
No Brasil, sob muitos aspectos, os nossos governantes ainda se deixam aconselhar por Maquiavel. Não se costuma valorizar ou respeitar a continuidade das obras públicas. Daí a enormidade de obras inacabadas que se espalham pelo País. Projetos não finalizados em uma gestão correm alto risco de, no governo seguinte, serem abandonados. Por isto, quem garante que o projeto da transposição do Rio São Francisco tenha continuidade no próximo governo, se este for de outro partido?
A Carta Magna do País (a Constituição) de 1988 hoje está cheia de remendos. Os Presidentes, que se sucedem, juram governar de acordo com a Constituição. Mas, já em seus primeiros atos, propõem mudanças da Constituição, sobre a qual juraram. Para fugirem do maquiavelismo, as mudanças que propusessem na Constituição apenas deveriam ser para o Presidente que os sucedesse. Do contrário, tornam-se perjuros.
Um mote constante no mundo político é a reforma política: o eleito não deve trocar de partido, o mandato é do partido; extinção dos pequenos partidos de aluguel; financiamento público das campanhas eleitorais, voto distrital, lista fechada de candidatos dos partidos, etc. etc. O que tudo isto significa para a população brasielira? O que a maioria do povo entende de tudo isto? Um povo que não vota em partido, mas em quem lhe dá um prato de sopa, um caixão, uma dentadura, uma cesta básica, uma bolsa, um vale, um ¨salário¨... e tantos programas assistenciais, que levarão populações inteiras a uma grande miséria caso deixem de funcionar.
O que o povo brasileiro necessita, em primeiríssimo lugar, é uma reforma social, em que se ofereçam oportunidades de trabalho, educação para o trabalho, uma consciência de justiça social e política. Uma reforma social que acabe com a escravidão disfarçada, em que está mergulhada a maioria dos trabalhadores brasileiros, com salários que não lhes permitem uma vida digna; uma reforma social que acabe com a exploração, por parte de firmas nacionais e estrangeiras, dos profissionais, formados em nossas universidades, com a exploração dos jovens estagiários, que acabe com a confusão das leis trabalhistas, não fiscalizadas e não observadas, etc. etc.
A reforma política, que polariza as preocupações de muitos parlamentares, e de muitos politólogos, não resolverá problema algum do povo brasileiro. Desde a Independência, quantas reformas políticas já aconteceram? Inúmeras. E quantas reformas sociais? Nenhuma!
Com tantos políticos e juristas brilhantes em nosso país, por que a maioria do povo brasileiro está nesta ¨lasca¨, precisando de esmolas e programas governamentais assistencialistas? Com a reforma política, que se pretende, os políticos futuros continuarão os mesmos: as mesmas oligarquias, os mesmos anões, os mesmos mensaleiros, os mesmos vaqueiros, os mesmos turistas políticos, as mesmas ¨lideranças¨ maquiavelicamente inovadoras das tramóias eleitoreiras. Por isto, a prioridade das prioridades para o Brasil, no momento e para o futuro, é uma profunda reforma social, e não uma reforma política, espalhando areia nos olhos de um povo incauto, que se contenta com esmolas, de quem busca os próprios interesses, e não o bem comum, que deve ser a finalidade de toda organização política democrática. A reforma política  seguirá como exigência da reforma social.