domingo, 20 de fevereiro de 2011

Célula a hidrogênio alimenta notebooks e bicicletas elétricas.

Notebook a hidrogênio
Durante o Mobile World Congress, realizado em Barcelona nesta semana, os visitantes puderam conhecer um sistema de alimentação a hidrogênio para notebooks e outros equipamentos móveis.
O sistema é composto de uma célula alimentada a hidrogênio, fornecida pela Powertrekk. Ao gerar a energia necessária para alimentar o equipamento, a célula produz apenas vapor de água como subproduto.
Os cartuchos de hidrogênio estão sendo colocados no mercado com capacidades para alimentar células a combustível de 1 watt até 3 kilowatts.
Isto os torna capazes não apenas de recarregar telefones celulares, notebooks, GPS e qualquer outro produto portátil, mas também de alimentar equipamentos com consumo significativo de energia.
Uma célula a combustível com o cartucho de maior capacidade pode alimentar uma bicicleta elétrica por até 160 quilômetros, a uma velocidade de 40 km/h.
Ao gerar a energia necessária para alimentar o equipamento, a célula produz apenas vapor de água como subproduto.
Energia do sal e areia
As recargas de hidrogênio, que estão sendo lançadas pela empresa Signa Chemistry, baseiam-se no trabalho do professor James Dye, da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.
O Dr. Dye trabalha com metais de base alcalina, tendo desenvolvido o uso do siliceto de sódio para produzir hidrogênio.
"Em nosso laboratório, nós produzimos silicetos metal-alcalinos, que basicamente são feitos de sódio e silício que, por sua vez, vêm do sal e da areia," conta o pesquisador. "Nós conseguimos produzir hidrogênio adicionando água ao siliceto de sódio, e o hidrogênio alimenta as células a combustível."
Depois de exaurida sua carga de hidrogênio, o cartucho contém apenas silicato de sódio, o mesmo material encontrado nas pastas de dentes, por exemplo, o que mantém a característica "verde" dessa fonte de energia.

Uma célula a combustível com o cartucho de maior capacidade pode alimentar uma bicicleta elétrica por até 160 quilômetros, a uma velocidade de 40 km/h.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Brasil vai lançar foguete em parceria com Ucrânia.



O Brasil prepara, para 2012, um feito inédito em seu programa espacial: pela primeira vez, irá colocar no espaço, a partir do seu próprio solo, um foguete com um satélite a bordo.
Trata-se do Cyclone-4, foguete de fabricação ucraniana que deverá ser lançado no ano que vem da base de Alcântara (MA), em uma parceria que começou a ser orquestrada em 2003.
Pelo acordo, o Brasil entra com a base, e a Ucrânia, com a tecnologia do foguete.
Status espacial
Um lançamento bem-sucedido pode elevar o status dos dois países no cenário espacial global. No entanto, um dos dilemas do programa é quanto ao uso que o Brasil poderá dar ao Cyclone-4.
Alguns especialistas ouvidos pela BBC Brasil consideram "altamente questionável" sua viabilidade comercial.
Uma questão-chave é a capacidade limitada de carga do Cyclone-4: para a chamada órbita geoestacionária, em que o satélite fica a 36 mil km de altitude e parado em relação a um ponto na superfície da Terra, o foguete só consegue levar uma carga de 1,6 mil quilos, o que é considerado insuficiente para muitos satélites de comunicação.
"O programa foi inicialmente proposto como uma empreitada de cunho comercial, e que deveria se sustentar com a venda dos serviços de lançamentos de satélites. Mas sua evolução não corrobora essa hipótese", disse José Nivaldo Hinckel, coordenador do departamento de mecânica espacial do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Fontes ligadas à ACS (Alcântara Cyclone Space), a empresa binacional criada pela parceria Brasil-Ucrânia, admitem que será necessário encontrar um "nicho de mercado" para o Cyclone-4, já que muitos satélites públicos e privados não cabem no foguete.
Mas a empresa diz que já está participando de concorrências internacionais e que negocia qual satélite participará do lançamento inicial do foguete.

Autonomia brasileira
Para Carlos Ganem, presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), o programa com a Ucrânia "inaugura um tempo novo" para o Brasil e permitirá que o país usufrua de sua vantagem geográfica.
Como Alcântara fica próxima à linha do Equador, lançamentos feitos ali permitem o uso eficiente do movimento de rotação da Terra, gastando 30% a menos de combustível no envio de foguetes ao espaço.
Além de serem considerados importantes pelo uso em telecomunicações, os satélites são muito usados para coletar informações sobre clima, navegação, ocupação de solo e monitoramento da região amazônica.
"São essenciais para que o Brasil exerça sua autonomia", opinou Ganem, dizendo que o país ambiciona ter satélites feitos em parceria com Argentina e África do Sul, que possam ser lançados de Alcântara.
Para Hinckel, do INPE, porém, "é difícil justificar um programa espacial autônomo (como o do Cyclone) sem que o segmento de comunicações geoestacionárias seja contemplado".
Fernando Catalano, professor de engenharia aeronáutica da USP de São Carlos, disse achar importante o desenvolvimento proporcionado à base de Alcântara, mas considera improvável que o lançador traga lucros de curto prazo para o Brasil ou que elimine a dependência do país para lançamentos de satélites.


Foguete confiável e barato
Do lado brasileiro, a ACS diz que está preparando a parte estrutural de Alcântara para o lançamento do Cyclone-4.
Já do lado da Ucrânia, 16 empresas estão contribuindo para a construção do foguete, na cidade de Dnipropetrovsk (centro-leste do país). Segundo os projetistas, essa versão do Cyclone terá alta precisão e um aumento de 30% na capacidade de carregar combustível. O artefato terá vida útil estimada de entre 15 e 20 anos.
Para Ganem, trata-se de "um lançador confiável, da escola soviética".
Para Catalano, é um foguete não muito grande nem muito caro, e a família Cyclone, existente desde 1969, tem um histórico bem-sucedido (em 226 testes de lançamento, houve apenas seis falhas).
Segundo a ACS, outro ponto importante é que não haverá contato humano com o foguete na base. Isso impediria a repetição do ocorrido em 2003, quando uma explosão no VLS (Veículo Lançador de Satélites) resultou na morte de 21 técnicos em Alcântara.
No entanto, Hinckel cita preocupações com o combustível propelente "altamente tóxico" que será usado no lançamento. A ACS alega que não haverá manuseio do combustível - que virá da China, via navio -, apenas de seu recipiente.


Transferência de tecnologia
Em aparente mostra da preocupação com a viabilidade comercial do projeto, telegramas diplomáticos divulgados pelo site WikiLeaks apontaram recentemente que a Ucrânia sugeriu aos Estados Unidos que lançassem seus satélites a partir de Alcântara.
Os documentos indicam que os americanos condicionaram seu interesse pela base à não transferência de tecnologia ucraniana de foguetes ao Brasil.
O embaixador ucraniano em Brasília, Ihor Hrushko, disse à BBC Brasil (em entrevista prévia ao vazamento do WikiLeaks) que formalmente não há acordo para a transferência de tecnologia no Cyclone-4, mas sim expectativa de que a parceria bilateral continue "para que trabalhemos em conjunto em outros processos".
Ele disse que transferir tecnologia não é algo de um dia para o outro, "é um processo duradouro, de anos".
Mas ele afirmou que o Brasil é o "sócio mais importante" da Ucrânia no continente - tanto que, em 10 de janeiro, o presidente do país, Viktor Yanukovich, telefonou à presidente Dilma Rousseff para falar sobre a expectativa de criar uma "parceria estratégica" com o Brasil a partir do foguete. Os dois presidentes esperam estar presentes no lançamento do artefato.
A ACS, por sua vez, afirmou que a expectativa de transferência de tecnologia existe, mas ressaltou que não é esse o objetivo do tratado binacional.
Ainda que o intercâmbio tecnológico seja considerado importante para os especialistas consultados pela BBC Brasil, alguns destacam que a não transferência acabou estimulando o desenvolvimento de tecnologias brasileiras.
É o caso do satélite CBERS-3, que será lançado na China em outubro, com o objetivo de monitoramento ambiental e controle da Amazônia: suas câmeras foram produzidas em São Carlos (SP), com tecnologia nacional da empresa Opto.




terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Impacto do calor sobre as geleiras é mais complicado do que se pensava...

Verões mais quentes podem, paradoxalmente, diminuir a velocidade com que as geleiras correm para o mar, sugere um novo estudo.
Com importantes implicações nas estimativas da eventual futura subida do nível da água do mar, este estudo usou dados do mais antigosatélite ambiental da Agência Espacial Europeia (ESA),
Teoria que se vai
Os cientistas verificaram que, nos últimos anos, as geleiras da Groenlândia têm caminhado para o mar a velocidades superiores às do passado - um fato que vinha sendo atribuído, em parte, à elevação da temperatura global, que derreteria a superfície das camadas de gelo.
A teoria era de que a água derretida na superfície escorreria até a base do glaciar, através de fendas e buracos. Assim, teorizava-se que esta água iria lubrificar a base da geleira, empurrando-a mais rapidamente em direção ao mar.
No entanto, a aceleração do escoamento do gelo durante o verão é um fenômeno difícil de modelar em computador, o que levou a incertezas nas projeções da eventual elevação no nível das águas do mar.
O artigo publicado na edição desta semana da revista Nature explica que o aumento do ritmo de fusão das geleiras pode estar na realidade retardando o seu deslizamento.
Processo mais complicado
Andrew Shepherd, professor na Universidade de Leeds, no Reino Unido, que conduziu o estudo disse: "Pensava-se que o aumento da fusão iria acelerar o escoamento, levando a que os lençóis de gelo recuassem mais rapidamente, mas a nossa investigação sugere que o processo é mais complicado."
O estudo baseou-se em seis geleiras terrestres do sudoeste da Groenlândia, a partir de dados de radar do satélite ERS-1, recolhidos de 1992 a 1998. Este período incluiu verões particularmente quentes na Groenlândia, sendo que 1998 foi o mais quente de todos.
"Usamos dados do ERS-1 e uma técnica chamada rastreamento de intensidade, durante períodos de 35 dias, para estimar a velocidade com que as geleiras se deslocavam ao longo do período do estudo," explica Shepherd.
"A nossa investigação sugere que aumentos no degelo na superfície podem não alterar a taxa de deslizamento [da geleira]. No entanto, isto não quer dizer que as camadas de gelo estejam a salvo das alterações climáticas, uma vez que alterações no degelo oceânico também desempenham um papel importante."
Drenagem eficiente
As observações do ERS-1 mostraram, que apesar de a velocidade inicial ser semelhante em todos os anos, o glaciar sofreu um impressionante atraso nos anos mais quentes, quando havia mais água derretida.
A equipe atribui este fato a uma drenagem subglaciar eficiente durante as estações quentes do degelo - um processo que se observa normalmente nos sistemas glaciares alpinos.
Apesar de ainda haver muito a descobrir sobre a dinâmica do movimento das geleiras, estas novas descobertas devem ser levadas em conta na avaliação da contribuição dos gelos da Groenlândia para a eventual subida do nível da água do mar em razões das mudanças climáticas e eventualmente atribuídas ao aquecimento global.
Satélites ERS
Lançado em 1991, o ERS-1 foi o primeiro satélite de radar da Europa dedicado aomonitoramento ambiental.
O sucesso desta primeira missão forneceu as bases do monitoramento remoto que os cientistas acabaram por considerar a ferramenta essencial para desvendar as complexidades do funcionamento da Terra.
O ERS-1, e seu irmão mais velho, o ERS-2, mostraram-se missões importantes e inovadoras.
Para tirar o máximo partido da extraordinária informação científica resultante dos dados do ERS, a ESA está avaliando a possibilidade de haver uma fase adicional do ERS-2 dedicada ao monitoramento do gelo, antes do fim da missão, em meados de 2011.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Nasa apresenta pela 1ª vez imagens completas do Sol.

A Nasa, agência espacial americana, apresentou neste domingo pela primeira vez imagens da superfície solar e de sua atmosfera, que darão uma visão do astro e 
ajudarão a melhorar os prognósticos climatológicos.


Este trabalho é o resultado das observações realizadas pelas duas sondas solares do Observatório de Relações Solares -Terrestres (Stereo, por sua sigle em inglês), que a Nasa enviou em 2006.
As sondas foram enviadas a pontos diametralmente opostos do Sol para estudar como afeta o fluxo de energia e de matéria solar à Terra.
Seus instrumentos proporcionaram uma nova visão do sistema solar e em 2007 geraram as primeiras fotografias tridimensionais do Sol.
"As novas imagens ajudarão a melhorar o planejamento de futuras missões de naves espaciais robóticas ou com tripulação para o sistema solar", afirmou a Nasa em comunicado.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

INPE divulga imagens que mostram detalhes da destruição na região serrana do RJ.

A Defesa Civil do Rio de Janeiro está recebendo imagens de satélite da região serrana processadas pelos técnicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Foram concluídos, nesta semana, o processamento e a análise de um conjunto de aproximadamente 50 imagens que permitem mostrar detalhes dos deslizamentos causados pelas chuvas de janeiro.

O INPE iniciou o trabalho de analisar dados de satélites poucos dias após a tragédia na região serrana. Um lote de imagens de média resolução já foi entregue à Defesa Civil. De alta resolução, porém, são as primeiras e devem orientar o trabalho de campo da Defesa Civil.
Estas imagens, do satélite GeoEye, foram obtidas por meio do International Charter Space and Major Disasters, um consórcio de instituições e agências espaciais do mundo todo, do qual faz parte o INPE, para auxílio a países afetados por desastres naturais.
Imagens estão disponíveis para download a partir do link:http://www.dpi.inpe.br/public/MCT_Envento_rio_Jan2011/.