"O Brasil tem uma posição muito privilegiada em termos de suprimento de energia. Mas essa posição será perdida se não houver um esforço de pesquisa para aumentar a participação das energias renováveis na matriz energética."
Mecanismos da fotossíntese
No Estado de São Paulo, em particular, um terço da energia é proveniente de fontes renováveis. Para 40 milhões de habitantes, temos uma situação energética que muitas economias avançadas apenas sonham em ter um dia. Mas se trata de uma vantagem temporária.
À medida que a economia cresce e a demanda aumenta, a pressão para o uso de combustíveis fósseis também se eleva. A menos que consigamos acompanhar essa demanda com o crescimento do uso de fontes renováveis, a situação tende a se degradar, há muitos desafios a serem enfrentados para que o problema da energia seja resolvido, entre eles a compreensão dos mecanismos da fotossíntese.
No Brasil, é importante alavancar nossa posição para fortalecer a pesquisa básica para a bioenergia.
Desafio energético
É um projeto de longo prazo cujo objetivo é construir, no Brasil, uma comunidade de pesquisa forte e focada no problema da energia.
Mesmo que não tivéssemos o desafio energético, a busca pela compreensão das reações de fotossíntese seria, por si só, um programa científico fascinante.
Destaca-se que o uso dos combustíveis fósseis não deverá terminar tão cedo e que pode causar mudanças radicais na atmosfera, com consequências catastróficas. Por isso, é preciso pesquisar e buscar alternativas.
Bioenergia
Segundo a Glaucia Mendes de Souza, professora do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) destacou a importância do evento.
"Procuramos reunir, nesses workshops, pesquisadores e especialistas que possam resolver alguns dos principais desafios da pesquisa relacionada à bioenergia - e a fotossíntese é um desses desafios em torno dos quais precisamos organizar a comunidade científica", disse.
"O BIOEN, que teve início em 2008, tem cerca de 60 projetos em andamento e R$ 65 milhões já foram empregados", destacou. O programa tem cinco divisões: Biomassa para bioenergia; Processo de fabricação de biocombustíveis; Biorrefinarias e alcoolquímica; Aplicações de etanol para motores automotivos; Pesquisa sobre impactos socioeconômicos, ambientais e uso da terra.
"Estamos tentando trazer para a pesquisa sobre cana-de-açúcar uma abordagem da biologia de sistemas. Queremos novas tecnologias e novas disciplinas no campo de melhoramento da planta. Um dos objetivos é aprimorar a tecnologia para melhorar a cultura de cana. Estudamos também, por exemplo, as tecnologias de processos e os impactos socioeconômicos do mercado e da sociedade baseada em bioenergia", destacou.
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